Já disse um grande consultor que hoje você não é o que quer
ser, é o que consegue negociar. E esta é uma grande verdade, principalmente no
mundo dos negócios, muito embora também tenhamos de fazê-lo com os filhos,
pais, amigos e em qualquer ambiente em que convivamos. Aqui vamos, todavia, nos
concentrar no mundo dos negócios.
O importante em cada atividade do mundo empresarial é saber
que a grande maioria dos problemas, senão a totalidade, que surgem, as
polêmicas, os desafios, são de fato falhas de comunicação. Não nos preocupamos
em ouvir, em entender a posição dos outros, queremos ganhar uma discussão,
impor nossos pontos-de-vista e muitas vezes desperdiçamos grandes oportunidades
de aprovar projetos, estabelecer parcerias, avançar de modo mais rápido e
consistente para alcançar objetivos.
Quantas vezes na condição de Gerente-Geral mediei discussões
e debates onde meus diretores se envolviam em defesas intransigentes e até
apaixonadas de pontos-de-vista, aparentemente divergentes, e quando paravam
para entender um pouco o que o interlocutor pretendia chegava ao entendimento
que ambos estavam dizendo a mesma coisa e aí sim, partiam para conclusões
positivas.
Admitamos que saber ouvir, tão afirmado e escrito em todos
os compêndios de administração, não é fácil, a não ser ouvirmos a nós mesmos.
Além disso, nossa tendência natural é buscar primeiro aspectos negativos na
proposição do outro, em ver os problemas que possam existir em determinado projeto
ou ideia do interlocutor, em vez de pensar com clareza como determinada ideia
ou tema pode ser aproveitado de alguma maneira.
Isto exige muito treino, acertos e erros, mas se conseguimos
avançar em nosso processo de comunicação e negociação, veremos que nossa
carreira se alavanca, nossos projetos alcançam maiores sucessos, conseguimos
implementar muitas de nossas propostas que antes pareciam impossíveis dentro da
corporação.
É isso que pretendemos desmistificar em nossos seminários e
workshops. Mostrar que muitas vezes colocações do tipo “é impossível lidar com
as áreas da empresa, não aprovam nada...” “isso não vai funcionar aqui...”
“sempre foi assim e você não vai conseguir mudar...” tem fundo de verdade, mas
boa parte do desafio em romper com estes paradigmas está dentro de nós mesmos,
em mudar de atitude frente aos diversos aspectos da vida corporativa e da
cultura organizacional.
Um dos primeiros pontos para mudarmos nossa estratégia de
negociação é tentar ver primeiro no interlocutor os pontos de contato, os
pontos de concordância e não os pontos de conflito. Muito poucas vezes estamos
diante de alguém com objetivos diametralmente opostos, sempre, repito sempre,
existem aspectos em que ambos concordamos. Deixemos então os aspectos de maior
divergência para o final, vamos gradualmente construindo as pontes de contato
favoráveis, aquilo em que podemos avançar e implementar e veremos que
gradualmente aquilo que parecia um confronto, um conflito insolúvel, se
transforma num problema menor, de fácil encaminhamento.
Todos devemos ter
foco nas diversas discussões, debates, objetivos e metas que tenhamos, foco em
resultados. Isto é um aspecto-chave, o objetivo maior deve ser aquilo que nos
norteie, avaliemos o que é um problema menor e o que realmente tem significado,
não queiramos vencer, mas sim convencer, e para isso é fundamental estabelecer
uma estratégia de “ganha-ganha”, um trabalho construído à base de muito
diálogo, boa vontade, real desejo de implementar o que realmente é importante e
significa nosso objetivo maior.
Ganha-ganha não significa 50% para cada lado, pode até
acontecer, mas não é a regra. Algumas vezes o interlocutor percebe que sua
proposta é melhor, que deve ceder, mas aí vem a grandeza do negociador: é
preciso dar uma saída honrosa para o outro lado, não tripudiar ou “bater duro”,
não, dar chance para que ele entenda que participou do processo de construção
da solução, que seu contraponto ajudou na tarefa de chegar a um resultado e à
implementação de determinada proposta.
O entendimento do contexto em que se dá a discussão, nada
vem solto, independente de uma vivência já ocorrida e que se transforma muitas
vezes em uma generalização. Não existe opinião ou ponto-de-vista estático,
imutável, existem determinadas condições e situações em que alguém pode estar
do lado de lá, mas que entendendo as premissas e os motivos que levaram à
aparente divergência podem se converter nos mencionados pontos de contato,
pontos de concordância, pontos de avanço positivo.
Em nossos programas de treinamento nos propomos a apresentar
estes temas com exercícios e discussões práticas, casos vitoriosos, exemplos da
nossa experiência e de outros colegas, pois negociação significa aprendizado e
habilidade, que se pratica diuturnamente.
Contate-nos pelo nosso site www.devaney.com.br,
email devaney@baccarind.com.br e
teremos o maior prazer em propor seminários voltados às necessidades de sua
empresa ou equipe.
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